Fora da lei





O Lotus 88 foi construído com chassis duplo: - um deles, com o mínimo movimento de suspensão, seria o responsável por manter as características aerodinâmicas inalteradas. O outro, em separado, conteria o piloto e as partes frágeis a salvo de trepidações.

Uma ideia genial.

Não demorou para que as equipes rivais pedissem por sua inegibilidade. Anos antes, quando Colin Chapman apareceu com efeito solo, as equipes gastaram muito dinheiro em pesquisas e não queriam repetir a experiência.

Quando da disputa do GP dos EUA - Oeste, em 1981, Elio de Angelis foi liberado pelos comissários para que treinasse. Porém, os mesmos comissários, sob pressão das equipes, voltaram atrás e o desqualificaram.

A saga continuou no Brasil e Argentina, quando a Lotus desistiu e passou a usar o modelo 87, com chassi convencional.

Para o GP da Inglaterra, Chapman preparou uma versão B e convenceu os comissários da RAC a declarar o carro dentro do regulamento. Mas, infelizmente, a FISA, entidade que controlava o automobilismo na época, pressionou e os carros foram novamente desclassificados.

Sem tempo para acertar o 87, Mansell não conseguiu tempo suficiente para se classificar, ficando de fora do grid.

Chapman ficou arrasado, depois de gastar somas importantes com advogados, tentando provar que o carro estava dentro do regulamento.

Vinte anos se passaram até que o Lotus 88 fizesse sua estreia, em uma corrida de carros históricos.